a gente olha pra trás o tempo todo
e até dá uma piscadela, de vez em quando
o balanço balança no ritmo da embriaguez
e por isso a gente não para uma só vez
só de vez em quando — c'uma breve piscadela
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
domingo, 14 de agosto de 2011
cheiro de carne (poesia mal passada)
volúpias redondinhas
uns beijos destilados
e intervalos de dúvida
(o segredo da paixão em anacoluto)
mulheres: de duas em duas
cervejas incontáveis
o resto já se sabe -- é orgasmo mal gozado
uns beijos destilados
e intervalos de dúvida
(o segredo da paixão em anacoluto)
mulheres: de duas em duas
cervejas incontáveis
o resto já se sabe -- é orgasmo mal gozado
quinta-feira, 9 de junho de 2011
só quatro metades fazem um inteiro
um belo dia de verão combina com semáforos apagados e bélicas nuvens ao som da lua movendo a vaguidão.
e é quando nós ficamos simplesmente sem saber se ir, voltar ou fechar os olhos durante o beijo gelado da cerveja, adiantaria para silenciar aquela música que soa tão tenebrosa na escuridão. me disseram que não, certa vez, mas eu: "mudar de ideia não é algo tão ruim quando na hora errada", e vazei (deixando a gorjeta dela e do garçom: dois cigarros e duas cédulas amassadas). doravante será tudo sempre mais ou menos nada. meio nada e meio tudo. fui a pé pra casa.
e é quando nós ficamos simplesmente sem saber se ir, voltar ou fechar os olhos durante o beijo gelado da cerveja, adiantaria para silenciar aquela música que soa tão tenebrosa na escuridão. me disseram que não, certa vez, mas eu: "mudar de ideia não é algo tão ruim quando na hora errada", e vazei (deixando a gorjeta dela e do garçom: dois cigarros e duas cédulas amassadas). doravante será tudo sempre mais ou menos nada. meio nada e meio tudo. fui a pé pra casa.
sábado, 28 de maio de 2011
mais uma outra vez
Ei-la deitada classicamente
e o violão de novo ausente
mas as pernas aguardavam estendidas
desta vez um prelúdio convidativo
substituía o jazz convencional
e o ballet (sem cordas) se fez visceral
e o violão de novo ausente
mas as pernas aguardavam estendidas
desta vez um prelúdio convidativo
substituía o jazz convencional
e o ballet (sem cordas) se fez visceral
terça-feira, 17 de maio de 2011
abandonando um bocado de coisas
Esmagarei meu cérebro
Destroçarei o vosso
E farei uma deliciosa sopa
De molho cefalorraquidiano
Só assim poderemos enfim
nos deleitar plenamente
Destroçarei o vosso
E farei uma deliciosa sopa
De molho cefalorraquidiano
Só assim poderemos enfim
nos deleitar plenamente
terça-feira, 26 de abril de 2011
nariz escorrido (corre neguinho)
corra, meu filho
leve um casaco
não leia as placas
desapareça na névoa
perca-se de vista
passe ao meu lado
não me veja
mas beije Mnemosyne
admoeste-a e finalmente perceba
que tudo é passado
inclusive o Fim
depois volte
e me veja morta
sem começo nem meio
pois este não é nosso destino
mas apenas um sim
próximo a ser ultrapassado
corra, meu filho.
leve um casaco
não leia as placas
desapareça na névoa
perca-se de vista
passe ao meu lado
não me veja
mas beije Mnemosyne
admoeste-a e finalmente perceba
que tudo é passado
inclusive o Fim
depois volte
e me veja morta
sem começo nem meio
pois este não é nosso destino
mas apenas um sim
próximo a ser ultrapassado
corra, meu filho.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
abraço e adeus
deslize pelo bigode
e beije meu umbigo
me defenestre
mas não me cuspa na cara
honestidade sempre
é uma farsa e lembre-se
tome bastante cuidado
com minha testa suada
e beije meu umbigo
me defenestre
mas não me cuspa na cara
honestidade sempre
é uma farsa e lembre-se
tome bastante cuidado
com minha testa suada
domingo, 3 de abril de 2011
tergiversos
maldita madrugada
que mesmo meio escondida
expõe tudo, escondidinha
debaixo das cobertas...
diluindo amores
em preto e branco
diluindo tesão
divagação e desvario
é... mas um dia,
quem sabe, se desdobrará
pra mim e me dirá,
escondida, quem sabe
dissimulada e quietinha,
à meia-luz, à meia-voz,
que lá vem o sol
e não me deseja mais
que mesmo meio escondida
expõe tudo, escondidinha
debaixo das cobertas...
diluindo amores
em preto e branco
diluindo tesão
divagação e desvario
é... mas um dia,
quem sabe, se desdobrará
pra mim e me dirá,
escondida, quem sabe
dissimulada e quietinha,
à meia-luz, à meia-voz,
que lá vem o sol
e não me deseja mais
segunda-feira, 21 de março de 2011
lembrancinha
foi no dia em que fiquei invisível
não havia sons
nem palavras
muito menos gestos
apenas ladrilhos se movendo
uniformemente
e disfarcei tudo
com aquele velho sorriso azulado:
esqueci a filosofia de uma vez por todas
não havia sons
nem palavras
muito menos gestos
apenas ladrilhos se movendo
uniformemente
e disfarcei tudo
com aquele velho sorriso azulado:
esqueci a filosofia de uma vez por todas
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
débeis papéis de guardanapos
todo dia me aperfeiçoo
diminuindo minha existência
me açoitando dia e noite
sendo o meu maior vício,
me açoitando, cinzento
mas com frequência
outros provam de mim
conselhos, opiniões,
palavrões e também
sêmen e saliva e sermões
E quase sempre se satisfazem
(às vezes também permito
aos cinzeiros e aos bueiros
provarem o que se provou)
louvados sejam os cigarros
e as cervejas
que sempre quase me satisfazem
diminuindo minha existência
me açoitando dia e noite
sendo o meu maior vício,
me açoitando, cinzento
mas com frequência
outros provam de mim
conselhos, opiniões,
palavrões e também
sêmen e saliva e sermões
E quase sempre se satisfazem
(às vezes também permito
aos cinzeiros e aos bueiros
provarem o que se provou)
louvados sejam os cigarros
e as cervejas
que sempre quase me satisfazem
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
isso é romantismo, meu amor
Preciso me derreter todinho por ti
Afundar-me em ti
Ultrapassar o risinho cínico
E te sentir íntima
Mínima
E te sentir finita
Espelhar teu olhar pungente
Afundar em ti
E derramar-me todinho em ti
Quero te decepcionar
E me satisfazer, meu amor
Afundar-me em ti
Ultrapassar o risinho cínico
E te sentir íntima
Mínima
E te sentir finita
Espelhar teu olhar pungente
Afundar em ti
E derramar-me todinho em ti
Quero te decepcionar
E me satisfazer, meu amor
sábado, 15 de janeiro de 2011
O DIABO SOU EU
Por todos é sabido
O quão errado é dividir
As coisas em certo e errado
E em deus e diabo
Afinal o diabo sou eu
E errar é o meu fardo
O quão errado é dividir
As coisas em certo e errado
E em deus e diabo
Afinal o diabo sou eu
E errar é o meu fardo
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
PORNOPOESIA AMOROSA PARA LANGUIDÍSSIMOS ROMÂNTICOS ou Poema ao pornô de cada dia
Quantas gozadas às custas daqueles grandíssimos lábios?!
Grandes lábios que lhe encrespavam o cu moreno. E que cu meu Deus!
Cu que me encarava firme, eu a jantar-lhe a vizinha da frente.
E assim subia, encarava seu sinal que por vezes me trazia asco e noutras gozo pleno.
Ânus 50, quantas saudades!
Quantas quase-mortes tive as custas de nossas transas, puxava-me alguém do lado de lá
com saudades de minhas fodas.
GOZO ENTÃO DE VEZ ANTES QUE O BRAÇO - POSTO QUE SÓ UM ME FAZ GOZAR - MORRA ANTES DE MIM!
Grandes lábios que lhe encrespavam o cu moreno. E que cu meu Deus!
Cu que me encarava firme, eu a jantar-lhe a vizinha da frente.
E assim subia, encarava seu sinal que por vezes me trazia asco e noutras gozo pleno.
Ânus 50, quantas saudades!
Quantas quase-mortes tive as custas de nossas transas, puxava-me alguém do lado de lá
com saudades de minhas fodas.
GOZO ENTÃO DE VEZ ANTES QUE O BRAÇO - POSTO QUE SÓ UM ME FAZ GOZAR - MORRA ANTES DE MIM!
— boro
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Ressonância recorrente
Estar vivo é isso
Se acordar
Sem ter
Realmente dormido
Concordar de tudo
O dia todo cabisbaixo
E depois tomar
Duas doses de cicuta
Antes de se deitar
Mas se lembrar
D'antes resolver aquela insônia
Com leves tacadas
De sinuca na cabeça
E um tiro esquivo no saco
Estar vivo é isso
Dormir
Sem ter
Realmente acordado
Se acordar
Sem ter
Realmente dormido
Concordar de tudo
O dia todo cabisbaixo
E depois tomar
Duas doses de cicuta
Antes de se deitar
Mas se lembrar
D'antes resolver aquela insônia
Com leves tacadas
De sinuca na cabeça
E um tiro esquivo no saco
Estar vivo é isso
Dormir
Sem ter
Realmente acordado
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